O teste de arrancamento dos pontos de ancoragem faz parte do processo de segurança no trabalho em altura – onde a aplicação de medidas preventivas em EPIs e EPCs está diretamente atrelada à saúde e integridade física dos colaboradores de uma obra. Entre outras coisas, sua função principal é garantir que os trabalhadores se movimentem livremente pela extensão de um projeto, realizando suas atividades diárias sem o risco constante de acidentes fatais ou incapacitantes.
Neste artigo, veja comigo todos os fatores por trás do teste de arrancamento dos pontos de ancoragem: como fazer, por que ele é necessário em qualquer edificação, como ele se relaciona com outros cálculos no nosso ramo e, claro, a diferença que uma equipe experiente faz na hora do seu planejamento.
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Do que se trata o teste de arrancamento dos pontos de ancoragem?
O teste de arrancamento é um ensaio técnico que verifica, na prática, a resistência de um ponto de ancoragem instalado em uma estrutura – seja ela de concreto, alvenaria ou metálica. Em curtas palavras, é a aplicação gradual de uma força de tração no ponto fixado até que ele atinja uma carga predeterminada (ou até sua falha), com o objetivo de garantir que aquele sistema suporte o esforço previsto em uma situação de trabalho real.
Mas o que isso significa na prática para o seu projeto, afinal?

Significa segurança validada tecnicamente – e não apenas teórica. Separei abaixo os principais aspectos do teste de arrancamento dos pontos de ancoragem:
- Capacidade de carga validada no campo: o teste determina a força máxima suportada pela ancoragem em condições reais, e não apenas com base no que o fabricante informa em catálogo.
- Simulação de esforços extremos: a força é aplicada com um equipamento hidráulico, simulando o pior cenário possível – o de uma queda livre – para garantir que a fixação se mantenha estável mesmo sob alto impacto.
- Medição de deslocamento: além da carga suportada, o teste também mede o quanto a ancoragem “cede” sob esforço, permitindo avaliar a confiabilidade do ponto ao longo do tempo.
- Identificação de falhas de instalação ou do substrato: em muitos casos, o teste revela problemas invisíveis, como instalação incorreta, falta de cura no adesivo, trincas internas no concreto ou má qualidade do material base.
- Classificação da ruptura: os engenheiros responsáveis registram se a falha ocorreu no material base (como concreto), no chumbador ou na interface entre eles, o que ajuda a prevenir novos erros de projeto.
- Registro técnico formal: todos os dados são coletados e consolidados em um laudo assinado por engenheiro habilitado, garantindo a validade legal do procedimento.
A execução exige equipamentos como bomba hidráulica, célula de carga calibrada, relógios comparadores e suportes robustos – além, claro, de pessoal treinado para manter a segurança no entorno e interpretar os resultados corretamente.
Em sistemas de linha de vida e ancoragem, seja para construções feitas do zero ou para manutenções eventuais de telhados e afins, esse teste é obrigatório para garantir que a estrutura esteja pronta para uso seguro, sendo parte essencial do processo de liberação do projeto.
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7 passos para fazer o teste de arrancamento dos pontos de ancoragem

Existe um roteiro geral – que pode variar conforme o tipo de ancoragem e o substrato, claro – que serve como base para qualquer obra que deseja garantir segurança real no trabalho em altura. Dê uma olhada em como é feito o teste de arrancamento dos pontos de ancoragem:
- Inspeção e preparação do local: Avaliar visualmente o substrato onde a ancoragem está instalada, verificando se há fissuras, umidade, deterioração ou contaminação da superfície. Garantir o isolamento da área com sinalização e barreiras para evitar circulação de pessoas durante o teste.
- Conferência da instalação: Validar se a ancoragem foi instalada conforme as recomendações do fabricante e, então, verificar o tempo de cura no caso de ancoragens químicas (geralmente 24 a 48h, dependendo do fabricante e das condições ambientais).
- Montagem do sistema de teste: Posicionar o equipamento de tração hidráulica com suporte de reação alinhado ao eixo do ponto de ancoragem. Conectar a célula de carga calibrada, manômetro e instrumentos de medição de deslocamento (ex: relógio comparador). É primordial que o sistema esteja perpendicular ao plano de fixação (ou seja, evitar aplicação de força inclinada).
- Aplicação gradual da carga: Iniciar o teste com incrementos progressivos de força – geralmente 10% ou 20% da carga de ruptura esperada. Em cada incremento, manter a carga por 15 a 30 segundos, anotando a força aplicada (em kN ou kgf), o deslocamento (em mm), o tempo e eventuais ruídos, trincas ou deformações.
- Monitoramento até o limite: Continuar aplicando carga até atingir a carga de projeto com fator de segurança (ex: 1,5 ou 2x a carga de serviço), ou até ocorrer a ruptura total ou falha visível do ponto testado.
- Classificação do resultado: Anotar se houve: ruptura no chumbador; arrancamento parcial ou total; falha do substrato (como quebra do concreto); ou falha de aderência (em caso de ancoragens químicas). Aqui, é importante registrar os deslocamentos, a carga máxima e os tipos de falha.
- Registro técnico: Emitir um laudo técnico, assinado por engenheiro responsável, com: descrição da ancoragem e do local; fotos do teste; curva carga × deslocamento (quando aplicável); resultado (aprovado ou reprovado); e recomendações (reforço, nova instalação, substituição, etc.).
Como o teste de arrancamento dos pontos de ancoragem se relaciona com outros fatores
Dito tudo isso, já notamos que a resistência de uma ancoragem não pode ser analisada de forma isolada; afinal, ela sempre se conecta a outros critérios técnicos e exigências legais que, juntos, formam o “corpo” da segurança no trabalho em altura.

Veja como o teste de arrancamento se encaixa nesse contexto:
Fator de queda
O fator de queda é uma razão entre a altura da queda livre e o comprimento do talabarte ou do sistema de retenção. Quanto maior o fator, maior o impacto sofrido pelo ponto de ancoragem. O teste de arrancamento serve para garantir que a ancoragem suporte esses esforços – especialmente em situações de fator 1 ou 2 (quedas mais críticas, como explico neste guia completo). Ele valida, na prática, que o ponto não irá falhar mesmo nos piores cenários.
Análise de risco
Todo projeto de trabalho em altura deve incluir uma análise preliminar de risco (APR) e, quando aplicável, um documento de análise de risco (DAR). O teste de arrancamento alimenta esses documentos com dados reais de resistência, permitindo tomar decisões mais seguras sobre o tipo de ancoragem a ser usada, seu espaçamento, necessidade de reforços e outros detalhes estruturais.
Inspeção anual do ponto de ancoragem
A NR-35 exige que todos os sistemas de ancoragem passem por inspeções periódicas, no mínimo uma vez por ano ou após qualquer evento que possa comprometer sua integridade. O teste de arrancamento pode ser usado como parte dessa inspeção, especialmente em casos onde há dúvidas sobre a resistência do ponto após longos períodos de uso ou exposição ao tempo.
Teste de eletricidade
Embora menos comum, há situações em que os pontos de ancoragem metálicos precisam ser verificados quanto à continuidade elétrica ou ausência de corrente elétrica, especialmente quando o sistema está próximo de redes energizadas. Em áreas industriais, o teste de arrancamento é muitas vezes precedido por uma verificação de segurança elétrica, garantindo que o ensaio possa ser feito com segurança.
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Nunca se esqueça: a instalação correta dos equipamentos é muito importante quando o assunto é trabalho em altura. Apenas uma equipe competente e treinada saberá a forma certa de manusear, armazenar e instalar todas as ferramentas inerentes ao sucesso da sua obra – o que inclui estruturas de linha de vida, pontos de ancoragem, escadas marinheiro, entre outros.

O teste de arrancamento dos pontos de ancoragem é apenas parte de um processo árduo e meticuloso – mas é por isso mesmo que estamos aqui. Dê uma conferida em nossos diferenciais:
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