Cálculos, Normas Regulatórias

Qual deve ser a distância entre os pontos de ancoragem?

Qual deve ser a distância entre os pontos de ancoragem?

A distância entre os pontos de ancoragem é um fator determinante para a integridade e segurança de qualquer projeto em altura, garantindo uma estrutura robusta para o trabalho diário em um canteiro de obras. É justamente por isso que, no Brasil, existe um padrão regulado por lei para instalar recursos de linha de vida no perímetro de qualquer local acima de dois metros – e vim aqui hoje para esclarecer essa questão.

Como deve ser feito o cálculo, afinal, da distância entre os pontos de ancoragem?

Continue comigo para descobrir!

Qual deve ser a distância entre os pontos de ancoragem no trabalho em altura?

A Norma Regulamentadora 35 (NR 35) estabelece que o uso de pontos de ancoragem é obrigatório em trabalhos em altura, seja qual for a natureza da obra. Em geral, os pontos de ancoragem para uma linha de vida são espaçados entre 5 a 15 metros, dependendo do material do cabo ou fita e da tensão aplicada.

Dito isso, a distância entre os pontos de ancoragem pode variar de projeto a projeto – e deve ser determinada com base:

  • No tipo de sistema de ancoragem usado (ex.: linha de vida fixa ou móvel);
  • No alcance e na mobilidade necessária para o trabalhador;
  • Na resistência estrutural do ponto de ancoragem (mínimo de 15 kN de força de ruptura, conforme a NR-35 e a NBR 16325-2).

Para linhas de vida horizontais, por exemplo, a distância entre os pontos de ancoragem deve ser dimensionada por um engenheiro ou técnico qualificado, considerando a flecha (deflexão) da linha quando carregada e a capacidade dos suportes para resistir à carga máxima prevista.

Por sua vez, quando se utilizam pontos fixos individuais, a distância entre eles deve ser determinada de forma que todos os trabalhadores possam se conectar sem comprometer a sua mobilidade e segurança. Isso geralmente está relacionado ao raio de alcance permitido pelo talabarte ou pelo sistema de retenção.

O mais importante é que os pontos estejam posicionados de forma a minimizar a possibilidade de quedas e impactos – garantindo que o trabalhador não atinja obstáculos no caso de um acidente. Esse é o famoso fator de queda.

Sobre o fator de queda

O fator de queda é um elemento crucial para determinar a segurança e a eficácia do sistema de ancoragem no trabalho em altura. Ele influencia diretamente a escolha da distância entre os pontos de ancoragem, pois afeta a zona livre de queda necessária para evitar colisões em caso de acidente.

Ele é calculado dividindo a altura da queda pelo comprimento do talabarte – variando de 0 (queda sem deslocamento) até 2 (queda que ocorre abaixo do ponto de ancoragem). Dessa forma, a distância entre os pontos de ancoragem deve ser definida de forma que:

  • O fator de queda seja minimizado, preferencialmente próximo de 0.
  • O sistema permita que o trabalhador permaneça o mais próximo possível da ancoragem para evitar quedas longas.
  • O comprimento do talabarte, a flexibilidade da linha de vida e o uso de absorvedores de energia sejam considerados.

Se os pontos de ancoragem estiverem muito espaçados:

  • A linha de vida poderá ter maior deflexão (flecha), aumentando o fator de queda e, consequentemente, a necessidade de uma zona livre de queda maior.
  • A probabilidade de o trabalhador estar abaixo do ponto de ancoragem (fator 2) aumenta, elevando o risco de colisões.

Leia também: Como calcular linha de vida e fator de queda

Como calcular linha de vida
Ilustração de Luiz Antônio Naresi Júnior

Outros equipamentos essenciais nos projetos em altura

Os EPIs (equipamentos de proteção individual) e os EPCs (equipamentos de proteção coletiva) andam de mãos dadas no ramo do trabalho em altura, a começar pela definição da distância entre os pontos de ancoragem.

  • EPIs: São dispositivos de uso pessoal que protegem o trabalhador diretamente, assim evitando acidentes graves e doenças. Exemplos incluem capacetes, luvas, óculos de proteção, protetores auriculares, calçados de segurança e máscaras respiratórias.
  • EPCs: São dispositivos de proteção coletiva que protegem um grupo de trabalhadores ou uma área de trabalho específica – como extintores de incêndio, sistemas de ventilação, alarmes de emergência, barreiras de isolamento e sinalização de segurança.

Com isso dito, a estrutura completa de um projeto envolve a instalação de outras ferramentas e recursos para proteger a vida de cada empregado em exercício, sem falar em um treinamento especializado e capacitante por parte da empresa responsável pela equipe.

A seguir, vamos dar uma olhada em alguns desses principais componentes:

Redes de segurança

As redes de segurança são instaladas abaixo da área de trabalho para proteger os trabalhadores em caso de queda. A instalação deve considerar o raio de alcance e o fator de queda, garantindo que a rede esteja posicionada em uma altura adequada para absorver o impacto sem que o trabalhador atinja estruturas ou o solo. Uma vez que elas servem de suporte adicional para os EPIs e linhas de vida, a distância máxima entre os pontos de ancoragem de uma rede de trabalho em altura deve ser de 10 centímetros da face do edifício.

Linhas de vida

As linhas de vida são sistemas horizontais ou verticais que permitem que o trabalhador se mova em segurança enquanto está conectado a um ponto de ancoragem. A distância entre os pontos de ancoragem deve ser calculada considerando a flecha do cabo, o comprimento do talabarte e o uso do absorvedor de energia, garantindo que o fator de queda seja reduzido ao máximo. Geralmente, a distância ideal entre os pontos de ancoragem de uma linha de vida horizontal varia entre 5 e 15 metros, dependendo do material e das especificações do sistema.

Leia também: Como colocar a linha de vida na escada marinheiro

Como colocar o cinto de segurança no trabalho em altura

Cintos e talabartes

Os cintos e talabartes conectam o trabalhador às linhas de vida ou aos pontos de ancoragem. O comprimento do talabarte influencia diretamente a zona livre de queda, que deve ser calculada para evitar colisões com o solo ou estruturas próximas. Por exemplo, o uso de um absorvedor de energia pode aumentar o deslocamento em até 1,75 metros – o que deve ser considerado no planejamento.

Plataformas de proteção

Plataformas de proteção, como andaimes ou plataformas suspensas, fornecem áreas estáveis para os trabalhadores executarem suas tarefas. Esses equipamentos devem ser instalados seguindo normas específicas (tais como a NR 18), e podem ser utilizados em conjunto com sistemas de ancoragem e EPIs para reduzir os riscos. A altura e a posição da plataforma devem ser planejadas para minimizar o fator de queda e facilitar o acesso seguro ao local de trabalho.

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Ao se tratar de trabalhos em altura, nós somos uma das principais referências no mercado. Com uma vasta experiência e especialização no setor, somos reconhecidos por nossa capacidade de realizar desde projetos complexos de ancoragem até treinamentos específicos – sempre com a máxima prioridade à segurança dos trabalhadores!

Nossa atuação abrange diversos serviços, incluindo instalação de sistemas de ancoragem, resgates, manutenções em altura e até a realização de treinamentos de segurança. A Mostaza Ancoragem segue à risca as normas regulamentadoras, como a NR-35, garantindo não apenas a conformidade legal como também a implementação das melhores práticas de segurança e eficiência.

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About Cícero Moraes

Sou engenheiro de segurança do trabalho com mais de 12 anos de experiência em gestão de risco, treinamento e desenvolvimento de pessoas. Minha trajetória é marcada pela dedicação em criar ambientes de trabalho seguros e eficientes. Ao longo dos anos, desenvolvi e implementei estratégias robustas para identificar e mitigar riscos, além de liderar treinamentos que promovem uma cultura de prevenção e conscientização sólida de segurança em altura. Comprometido em transformar a segurança no ambiente de trabalho e com as melhores práticas durante a execução das atividades, estou sempre buscando soluções inovadoras e eficazes para garantir a integridade e o bem-estar da equipe, por meio de boas práticas com o uso e a conservação dos EPIs.

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