O assunto de hoje é o sistema de proteção individual contra quedas, que é obrigatório em qualquer iniciativa de trabalho em altura. No Brasil, ele é classificado como atividade realizada acima de dois metros do solo onde haja risco relevante de queda livre.
Esse é um ramo da construção de importância imprescindível para a maioria das estruturas urbanas dos dias atuais – e isso não vem de agora. Lá na década de 1930, quando arranhas-céus começaram a preencher o escopo citadino de Nova Iorque, nos Estados Unidos, trabalhadores já exerciam um papel fundamental na criação de edifícios icônicos que perduram até hoje, pendurando-se em estruturas de aço com ou sem a ajuda de máquinas para erguer prédios massivos.
Como você deve imaginar, tal fato trazia consigo uma série de fatalidades e graves acidentes que, com o tempo, teve de ser amenizada com medidas legais. É aqui que entra o sistema de proteção individual contra quedas – que veio para regularizar e padronizar a segurança diária de cada colaborador em um canteiro de obras.
Se está planejando um novo projeto e procura saber como isso funciona na prática, especialmente para estar em conformidade com as normas legais, continue comigo!
Para ler o nosso guia sobre o sistema de proteção coletivo, clique aqui.
O que é um sistema de proteção individual contra quedas?
Quase sempre abreviado para SPIQ, o sistema de proteção individual contra quedas é um conjunto de equipamentos e técnicas projetados para proteger cada trabalhador de forma específica, garantindo que, caso ele sofra um desequilíbrio ou acidente, não esteja exposto a riscos fatais.

Enquanto os sistemas coletivos (como guarda-corpos) atuam de maneira abrangente, o SPIQ acompanha o profissional onde quer que ele vá, oferecendo uma proteção personalizada e intransferível.
Na prática, o SPIQ pode atuar nestas três frentes:
- Prevenir a queda: mantendo o trabalhador conectado a um ponto de ancoragem ou restringindo sua movimentação.
- Reter a queda: se ela acontecer, o sistema segura e absorve o impacto, reduzindo o risco de lesão grave.
- Dar mobilidade com segurança: ninguém consegue trabalhar produtivamente “engessado”. O SPIQ permite deslocamento e estabilidade, sem abrir mão da proteção.
Ou seja: pense nele como uma rede invisível, sempre presente, mas que só entra em ação quando realmente necessário.
Os componentes de um sistema de proteção individual contra quedas
Um SPIQ é formado por diferentes elementos que, juntos, criam uma linha de segurança completa. Cada peça tem sua importância – e a falta de qualquer uma delas pode comprometer o sistema inteiro.
Veja alguns destaques abaixo:
- Cinto de segurança tipo paraquedista: o “coração” do SPIQ. Distribui a força do impacto em áreas mais resistentes do corpo.
- Talabarte (simples ou duplo): conecta o cinto ao ponto de ancoragem, permitindo mobilidade. O duplo evita que o trabalhador fique desprotegido durante deslocamentos.
- Absorvedor de energia: reduz a força da queda, tornando-a suportável para o corpo humano.
- Conectores (mosquetões, ganchos): responsáveis por unir os equipamentos com segurança.
- Linhas de vida (horizontais e verticais): permitem o deslocamento contínuo, sem perder a proteção.
- Trava-quedas (retrátil ou deslizante): acionados automaticamente no caso de aceleração brusca.
- Pontos de ancoragem: precisam ser projetados e dimensionados de acordo com normas técnicas – sem eles, todo o sistema perde a validade.

Imagine o exemplo a seguir: um eletricista realizando manutenção em um poste. Ele usa o cinto paraquedista, prende-se a um talabarte duplo, está conectado a uma linha de vida vertical com um trava-quedas deslizante. Cada detalhe desses forma uma corrente de segurança – então basta um elo falhar para que toda a proteção seja comprometida.
A propósito, a norma deixa claro: não existe apenas um tipo de SPIQ, mas diferentes estratégias que são escolhidas conforme a necessidade da obra. Aqui está uma tabela para visualizarmos melhor:
Tipo de SPIQ | Objetivo principal | Exemplo prático |
Restrição de movimentação | Impede que o trabalhador chegue à área de risco | Talabarte curto que limita aproximação da borda |
Retenção de queda | Interrompe a queda após sua ocorrência | Trava-quedas retrátil preso à linha de vida vertical |
Posicionamento | Mantém o trabalhador estável em determinada posição | Técnico preso a talabarte duplo em poste |
Acesso por cordas | Permite deslocamento vertical seguro, com técnicas de alpinismo industrial | Limpeza de fachadas por rope access |
Como os EPCs se relacionam com o sistema individual
Muita gente ainda vê EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) e EPI como se fossem alternativas. Na verdade, eles são complementares – e um não substitui o outro.
O EPC atua como uma barreira coletiva, protegendo várias pessoas ao mesmo tempo com guarda-corpos, redes de proteção e sinalização; já o SPIQ acompanha o trabalhador de forma individual, funcionando como uma última linha de defesa.
Um exemplo simples seria:
- O andaime está equipado com guarda-corpos (EPC).
- O trabalhador, ao mesmo tempo, está com seu cinto de segurança conectado à linha de vida (SPIQ).
Aqui, se o EPC falhar – ou se o trabalhador, por distração, ultrapassar a barreira – o SPIQ garante que a queda não se transforme em tragédia. Em outras palavras, eles atuam juntos, pois é a soma dos dois que cria um sistema de segurança verdadeiramente eficaz no trabalho em altura.

Sobre as Normas Regulamentadoras
Como já falado diversas vezes aqui no blog, a legislação brasileira é bastante clara sobre o trabalho em altura. Ignorá-la traz consequências sérias para a sua empresa e equipe, tanto financeiras quanto jurídicas.
Além de multas e embargo da obra, o empregador pode responder civil e criminalmente em caso de acidente. Ou seja, não se trata apenas de cumprir burocracias: é uma questão de responsabilidade jurídica e, acima de tudo, humana.
As principais normas incluem:
- NR-35 (Trabalho em Altura): que estabelece regras para planejamento, organização e execução, obrigando o uso do SPIQ sempre que houver risco de queda.
- NR-6 (EPI): que determina que todo equipamento utilizado tenha Certificado de Aprovação (CA) válido emitido pelo MTE.
- ABNT NBR 16325: que trata dos pontos de ancoragem, especificando resistência mínima e formas de ensaio.
- ABNT NBR 15836: que regulamenta os cintos de segurança e talabartes, detalhando ensaios e requisitos técnicos.
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Devido a todos esses fatores, contar com especialistas é essencial para garantir que o seu sistema de proteção individual contra quedas não te dê nenhuma dor de cabeça. Afinal, um SPIQ de verdade vai além de comprar equipamentos – ele exige planejamento e gestão contínua. Veja só:
- Diagnóstico do ambiente: identificar todos os riscos de queda e mapear áreas críticas.
- Definição da estratégia: avaliar se o sistema será de restrição de movimentação, retenção de queda, posicionamento ou acesso por cordas, conforme a NR-35.
- Seleção dos equipamentos: optar por EPIs com CA válido e dimensionados para cada tarefa.
- Treinamento da equipe: obrigatório e recorrente, cobrindo não só o uso, mas também inspeção e resgate.
- Inspeções periódicas: checagem inicial, rotineira e programada, conforme orientações do fabricante.
- Registro e controle: manter documentação das inspeções, treinamentos e substituições dos equipamentos.

Mas não se preocupe se você não sabe por onde começar; nós somos a empresa que você procura para completar a sua obra com segurança, eficácia e máximo custo-benefício, oferecendo os profissionais certos e capacitados para qualquer tamanho de instalação!
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