Trabalhos em altura envolvem riscos significativos à integridade física dos profissionais, sendo responsáveis por grande parte dos acidentes graves e fatais no ambiente de trabalho. Diante disso, a ancoragem – estrutura essencial para a segurança durante essas atividades – ganha destaque como um dos pilares de proteção para quem atua acima do nível do solo.
Se você trabalha no setor de manutenção predial, construção civil, limpeza em altura ou é responsável técnico por obras e edificações, entender como fazer ancoragem para trabalho em altura é fundamental. Neste artigo, reunimos informações sólidas e atualizadas sobre o tema, abordando normas, tipos de ancoragem, planejamento e melhores práticas para você e seus colaboradores.
Veja também: Como fazer linha de vida em telhados – detalhes técnicos
O que é ancoragem em trabalho em altura?
A ancoragem é o sistema responsável por conectar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) — como cinturões e talabartes — a um ponto fixo e seguro da estrutura. Sua principal função é conter, deter ou limitar a queda do trabalhador, absorvendo e dissipando as forças geradas em caso de acidente.

Em resumo, a ancoragem representa a base do sistema de proteção contra quedas, devendo ser projetada, instalada e mantida conforme critérios técnicos rigorosos.
Normas e exigências legais para fazer ancoragem para trabalho em altura
No Brasil, a principal regulamentação sobre trabalho em altura é a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35), emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Essa norma estabelece os requisitos mínimos para a proteção dos trabalhadores que realizam atividades acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda.
Além da NR-35, outros documentos importantes norteiam a execução correta de ancoragens, como:
- NBR 16325-1 e NBR 16325-2: normativas técnicas da ABNT que tratam dos sistemas de ancoragem e seus componentes;
- NBR 14628: trata de linhas de vida;
- NBR 15837: trata de pontos de ancoragem fixos.
Essas normas definem desde os materiais permitidos até os critérios de resistência mínima e métodos de ensaio dos sistemas.
Tipos de sistemas de ancoragem

Antes de partir para a instalação, é necessário entender os tipos de ancoragem e suas aplicações:
1. Ponto de ancoragem fixo
É um ponto de conexão permanente instalado na estrutura do edifício ou obra que, sobretudo, deve suportar uma carga mínima de 15 kN (quilonewtons), conforme a norma. Alguns exemplos incluem:
- Argolas de aço inox fixadas em lajes ou vigas;
- Chumbadores químicos ou mecânicos;
- Placas metálicas com olhal.
2. Linha de vida (horizontal ou vertical)
São sistemas que permitem o deslocamento do trabalhador ao longo de um trajeto, mantendo-o conectado a um cabo de segurança. Podem ser temporárias ou permanentes, bem como:
- Linha de vida horizontal: que é fixada entre dois ou mais pontos, permite movimentação lateral.
- Linha de vida vertical: que é ideal para subida e descida, como em escadas ou torres.
3. Ancoragem temporária
Utilizada em situações pontuais, geralmente por meio de dispositivos removíveis, como:
- Travas-quedas com talabartes;
- Tripés e contrapesos;
- Dispositivos móveis com cintas e fitas.
Esses sistemas devem ser igualmente resistentes e seguir as normas, mesmo sendo temporários.
Como fazer ancoragem para trabalho em altura: passo a passo

A instalação de um sistema de ancoragem exige conhecimento técnico, análise da estrutura e o uso de materiais certificados. A seguir, veja um guia passo a passo para entender como fazer ancoragem de forma segura:
1. Avaliação do local de trabalho
É preciso realizar uma análise técnica do ambiente, considerando:
- Altura da atividade;
- Tipo de estrutura (concreto, aço, madeira);
- Presença de obstáculos ou pontos de risco;
- Quantidade de trabalhadores envolvidos.
2. Definição do tipo de sistema
Com base na avaliação, define-se o tipo de sistema mais adequado: ponto fixo, linha de vida ou ancoragem temporária. Também é necessário considerar:
- Movimentação horizontal ou vertical;
- Frequência de uso;
- Facilidade de acesso e evacuação.
3. Dimensionamento e projeto técnico
A instalação deve ser precedida por um projeto técnico, elaborado por profissional habilitado (engenheiro ou técnico de segurança). Esse projeto inclui:
- Cálculos de resistência;
- Desenhos técnicos;
- Materiais e especificações normativas;
- Plano de manutenção e inspeção.
4. Instalação por equipe especializada
A execução deve ser feita por empresa especializada em sistemas de ancoragem, que utilize materiais certificados e profissionais capacitados.
Durante a instalação, são utilizados:
- Equipamentos de perfuração e fixação;
- Parafusos e buchas específicos;
- Detectores de resistência estrutural, quando necessário.
5. Testes e certificação
Após a instalação, é obrigatório realizar testes de carga e inspeções visuais para verificar:
- A resistência real do sistema;
- Se há deformações, folgas ou corrosão;
- Conformidade com o projeto original.
Um laudo técnico de validação deve ser emitido, atestando que o ponto de ancoragem está apto para uso.

Boas práticas de segurança para fazer ancoragem no trabalho em altura
Mesmo com um sistema de ancoragem eficiente, a segurança só é garantida quando todas as boas práticas são seguidas. Veja só:
Uso correto dos EPIs
- Cinturões tipo paraquedista com certificação;
- Talabartes com absorvedor de energia;
- Trava-quedas retrátil quando necessário.
Inspeções periódicas
Tanto o ponto de ancoragem quanto os EPIs devem passar por inspeções regulares, conforme a NR-35 e orientações do fabricante. Temos um artigo exclusivo sobre esse assunto bem aqui.
Treinamento dos trabalhadores
Todo profissional que realiza trabalho em altura deve:
- Ter treinamento específico de no mínimo 8 horas;
- Estar apto física e mentalmente;
- Conhecer os sistemas de ancoragem e como utilizá-los.
Registro e documentação
É importante manter toda a documentação atualizada, como:
- Projeto técnico do sistema;
- Laudo de inspeção e certificação;
- Registro de treinamentos;
- Plano de emergência.
Erros comuns ao fazer ancoragem no trabalho em altura
Mesmo com boas intenções, muitos erros graves são cometidos por falta de conhecimento técnico. Veja alguns exemplos do que não deve ser feito:
- Usar parafusos convencionais de construção em vez de chumbadores certificados;
- Instalar pontos em paredes frágeis ou sem resistência estrutural;
- Ignorar a necessidade de projeto técnico e testes;
- Deixar os sistemas sem inspeção por longos períodos.
Esses equívocos colocam em risco a vida dos trabalhadores e podem resultar em sanções legais à empresa em questão.

Quando chamar uma empresa especializada?
No fim do dia, em qualquer situação onde o trabalho em altura envolva risco de queda — seja em fachadas, telhados, torres, estruturas metálicas ou poços — é altamente recomendável contar com uma empresa especializada em ancoragem.
Além da segurança, isso garante a conformidade com as normas vigentes, a redução de riscos trabalhistas e legais, a melhoria da imagem da empresa frente a auditorias e certificações e muito mais.
A segurança em altura começa com a Mostaza Ancoragem!
Fazer ancoragem para trabalho em altura é um passo crítico e inegociável para qualquer atividade realizada acima de dois metros. Seu planejamento e execução devem seguir rigorosamente as normas técnicas, sempre com o suporte de profissionais habilitados.
Instalar um sistema de ancoragem não é simplesmente “prender um gancho na parede” — uma vez que envolve análise estrutural, conhecimento técnico e responsabilidade com a vida humana. Um erro nessa etapa pode custar caro, tanto em termos humanos quanto jurídicos.
Se você busca um parceiro confiável para projetar, instalar ou validar sistemas de ancoragem em sua empresa, a Mostaza Ancoragem oferece soluções completas, com equipe qualificada, materiais certificados e atuação em todo o território nacional. Conheça nossos serviços e leve segurança real para seus projetos!