Cálculos

Como calcular linha de vida e fator de queda

Como calcular linha de vida e fator de queda

No ramo da construção civil, toda e qualquer atividade realizada acima de dois metros é regulada pela NR-35, que define as normas de trabalho em altura em território brasileiro. Nesse sentido, é mais do que ideal estar em conformidade com a lei na hora de planejar e construir uma edificação – especialmente quando se trata dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e das medidas certas para instalá-los. Você sabe, por exemplo, como calcular linha de vida e o fator de queda?

Se não, este é o artigo de que precisa para evitar problemas com a justiça e zelar pela vida dos seus trabalhadores. Aprenda a fazer os cálculos corretos (e veja como a nossa equipe pode ajudá-lo nisso)!

Leia também: Quanto custa um projeto de linha de vida?

Sobre a linha de vida e o fator de queda

Como determina a indústria de construção, a linha de vida pode ser constituída de cabos, cordas, fitas sintéticas e até mesmo trilhos ou vigas metálicas, sendo fixada em pelo menos dois pontos de ancoragem distintos. Esse sistema é utilizado para conectar o cinto de segurança dos trabalhadores por meio de um trava-quedas ou talabarte – permitindo a execução de trabalhos em altura com a proteção adequada contra quedas. Os requisitos mínimos de um projeto desses incluem:

  • Número de pessoas com utilização simultânea;
  • Definição de pontos de ancoragem/ancoração;
  • Flecha de montagem, flecha inicial e comprimento do cabo;
  • Altura livre mínima – nesse caso, até o nível inferior em caso de queda;
  • Planta do projeto;
  • Vista lateral;
  • Corte transversal;
  • Detalhe do ponto de ancoragem.
Equipamentos para trabalho em altura

O fator de queda, por outro lado, é usado para determinar a severidade de uma queda e a força de impacto que será exercida sobre o sistema de retenção, incluindo o trabalhador e os dispositivos de ancoragem. Esse quociente é definido como a razão entre a altura da queda e o comprimento do talabarte ou sistema de conexão, como veremos nas seções a seguir.

Como calcular linha de vida

A Norma Regulamentadora 35, em seu Anexo II, bem como a NBR 16.325/2014, que trata da Proteção Contra Quedas em Altura e Dispositivos de Ancoragem, estabelece que a linha de vida deve ser instalada em pontos de ancoragem previamente dimensionados e determinados por um profissional legalmente habilitado. Ela também prevê que o limite de massa permitido para os trabalhadores realizarem atividades em altura é de 100 kg, enquanto o peso dos EPIs não deve exceder 10 kg.

A força máxima permitida (F) em kilonewtons (kN) que a linha de vida deve suportar pode ser calculada considerando a soma do peso do trabalhador (Pt) e do equipamento de proteção individual (Pepi). Dessa forma, as pessoas envolvidas têm a liberdade e confiança para se movimentar ao longo de toda a extensão da linha, estando devidamente protegidos contra eventuais quedas sob uma supervisão controlada.

Portanto, a equação para calcular a linha de vida se dá assim:

F = (Pt + Pepi) × g

Aqui, g é a aceleração da gravidade (9.81 m/s²). Substituindo os valores, temos:

F = (100 kg + 10 kg) × 9.81 m/s²

F = 110 kg × 9.81 m/s²

F = 1079.1 N

Convertendo esse valor para kilonewtons (kN):

F = 1079.1N / 1000

F = 1.0791 kN

Portanto, a linha de vida deve ser capaz de suportar pelo menos 1.0791 kN.

Como calcular linha de vida
Ilustração de Luiz Antônio Naresi Júnior

Como calcular o fator de queda

Como mencionamos, o fator de queda é uma métrica essencial para garantir a segurança dos trabalhadores em altura – ajudando a determinar o equipamento necessário e a planejar medidas de proteção eficazes. Ele se calcula da seguinte forma:

Fator de Queda = Comprimento do Talabarte / Altura da Queda

Fator de queda 0

Ocorre quando o ponto de ancoragem está acima da cabeça do trabalhador. Neste caso, mesmo se houver uma queda, o trabalhador não chega a gerar uma queda livre significativa. Aqui, é obrigatório o uso de absorvedor de impacto em talabarte de segurança para retenção de queda. Supondo que o trabalhador esteja utilizando um talabarte de 1,5 m e a distância de queda livre fosse de 0,75 m, o cálculo seria:

FQ = 0,5 / 1,5 = 0,5

Fator de queda 1

Acontece quando o ponto de ancoragem está ao nível do cinturão de segurança do trabalhador – o que significa que a altura da queda é igual ao comprimento do talabarte. Como o impacto é proporcional, isso também obriga o uso de absorvedor de impacto. Supondo que o trabalhador esteja utilizando um talabarte de 1,5 m e a distância da queda fosse de 1,5 m, o cálculo seria:

FQ = 1,5 / 1,5 = 1,0

Fator de queda 2

Ocorre quando o ponto de ancoragem está na altura dos pés do trabalhador. Neste caso, a altura da queda é duas vezes o comprimento do talabarte, resultando em um impacto mais severo e muitas vezes fatal. É obrigatório o uso de absorvedor de impacto; esse é o limite máximo de impacto suportado pelo corpo humano. Supondo que o trabalhador esteja utilizando um talabarte de 1,5 m e a distância da queda fosse de 3 m, o cálculo seria:

FQ = 3,0 / 1,5 = 2,0

Não perca: O que é ancoragem? Conheça os elementos da linha de vida

Como calcular linha de vida

Lembre-se: é sempre recomendável manter o ponto de ancoragem o mais alto possível em relação ao trabalhador para minimizar a distância de queda e, consequentemente, o fator de queda. Além disso, evite a combinação de dispositivos de trava-queda retrátil com talabartes simples com absorvedores de energia, uma vez que isso pode aumentar a distância e comprometer a eficácia do sistema de retenção como um todo.

Mas você não precisa se preocupar com todos esses detalhes sozinho! Você pode contar com a ajuda de profissionais que sabem como calcular linha de vida e todos os outros detalhes necessários para dar vida a um projeto.

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About Cícero Moraes

Sou engenheiro de segurança do trabalho com mais de 12 anos de experiência em gestão de risco, treinamento e desenvolvimento de pessoas. Minha trajetória é marcada pela dedicação em criar ambientes de trabalho seguros e eficientes. Ao longo dos anos, desenvolvi e implementei estratégias robustas para identificar e mitigar riscos, além de liderar treinamentos que promovem uma cultura de prevenção e conscientização sólida de segurança em altura. Comprometido em transformar a segurança no ambiente de trabalho e com as melhores práticas durante a execução das atividades, estou sempre buscando soluções inovadoras e eficazes para garantir a integridade e o bem-estar da equipe, por meio de boas práticas com o uso e a conservação dos EPIs.

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